Projeto Manipueira é fruto da parceria entre duas cervejarias: Cozalinda, de Florianópolis – SC, e Zalaz, de Paraisópolis – MG.
Ele trata de ensinar e incentivar outras cervejarias brasileiras a utilizar a microflora local para fermentar cervejas. Estamos falando de terroir!
A ideia é pegar como base a manipueira, o caldo da mandioca brava que após fermentado se transforma no famoso tucupi.
A partir da microflora da manipueira as cervejarias poderão alimentar o seu próprio consórcio de leveduras e micro-organismos selvagens para utilizá-lo na fermentação de cervejas únicas.
“A mandioca foi escolhida justamente por ser uma fonte comum de microrganismos, encontrada em todo o Brasil,” explica Diego Rzatki, da cervejaria Cozalinda.
Projeto Manipueira incentiva a busca pelo terroir brasileiro na cerveja
Segundo ele, esta será a primeira e a maior exploração sobre cervejas com terroir no Brasil até agora.
Ao conhecer o projeto, o conselheiro da Abracerva – Associação Brasileira de Cervejas Artesanais, Jayro P. Neto levou à entidade a intenção de apoia-lo.
E assim a Abracerva abraçou o Projeto Manipueira, tornando-o acessível a dezenas de cervejarias em todo o Brasil.
“O objetivo da Abracerva é dar espaço para toda a comunidade cervejeira participar, dando mais visibilidade ao projeto, ampliando a troca de experiências e gerando novas oportunidades de negócios”, explica Neto.
Vinte e duas fábricas de dez estados brasileiros já aceitaram o desafio.
São elas:
1) Alem Bier (Flores da Cunha – RS)
2) Amazon Beer (Manaus – AM),
3) Caatinga Rocks (Maceió – AL)
4) Cerveja Blumenau/Mestres do Tempo (Blumenau – SC)
5)Cervejaria Cabôca (Belém – PA)
6) Cervejaria Kairós (Florianópolis – SC)
7) Cervejaria Narcose (Capão da Canoa – RS)
8) Cervejaria Prisma (Campo Limpo Paulista – SP)
9) Cervejaria Tarantino (São Paulo – SP)
10) Cozalinda Cervejaria (Florianópolis – SC)
11) Devaneio do Velhaco (Porto Alegre – RS)
12) Donner (Caxias do Sul – RS)
13) Fermentaria Local (Janiru – SP)
14) Hop Mundi (Natal – RN),
15) Infected Brewing Co (Santos – SP),
16) Japas Cervejaria (São Paulo – SP),
17) Proa Cervejaria (Salvador – BA)
18) Quinta do Belasca (Pinhalzinho – SC),
19) Suricato (Porto Alegre – RS)
20) Trilha Cervejaria (São Paulo – SP)
21) Waybeer (São José dos Pinhais – PR)
22) Zalaz (Paraisópolis – MG).
Parâmetros e insumos fixos nas receitas
Para que as características da fermentação por microrganismos se expressem ao máximo em cada cerveja, a receita seguirá parâmetros e insumos fixos, como maltes simples e lúpulos de baixo amargor.
A ideia é que as cervejas sejam produzidas ao mesmo tempo, no início da primavera, em cada uma das fábricas e passem pelo processo de fermentação lenta, em barris de madeira, que é típico das cervejas selvagens.
A meta é que as produções estejam no mercado após 12 meses.
A primeira reunião técnica do projeto ocorreu virtualmente no último dia 6 de junho.
No encontro os idealizadores do Projeto Manipueira trocaram informações sobre os aspectos técnicos iniciais como sanitização e preparação dos barris e a coleta de micro-organismos.
Além das cervejarias comerciais, os organizadores do Projeto Manipueira querem envolver a comunidade homebrewer,.
A proposta é apoiar os caseiros compartilhando o conhecimento e experiência sobre a fermentação selvagem para a produção não comercial.
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.