O lúpulo mineiro já é realidade em várias regiões do estado.
Se nos falassem há uns cinco anos que Minas Gerais produziria lúpulo utilizável em nossas cervejas, talvez achássemos que havia um otimismo exagerado.
Mas não. Desde que em 2014 a Baden Baden, instalada em Campos do Jordão, anunciou sua primeira cerveja com lúpulo brasileiro da região da Serra da Mantiqueira, temos visto a produção da planta vingar por aqui.
Lúpulo mineiro em várias regiões
E hoje há várias pequenas produções de lúpulo mineiro instaladas por diferentes regiões de Minas.
Há cerca de dois anos estive em Santana dos Montes, na fazenda onde está instalada a Cervejaria Loba, para experimentar a cerveja-teste com lúpulos colhidos por lá.
O técnico em informática e Sommelier de Cerveja, Jefferson Brandão, é outro produtor de lúpulo mineiro que tem se dedicado bastante à atividade.
Seu sítio, em Matosinhos, próximo a Prudente de Morais, começou com a plantação de 160 mudas trazidas do sul do país e hoje fornece mudas a interessados em começar a produzir.
Jefferson é um divulgador da cultura do lúpulo em Minas Gerais e criou um grupo para troca de informações e experiências sobre o assunto
Lúpulo mineiro – da colheita ao copo
Na Serra do Espinhaço, desde 2018, os sócios Rodrigo Simões (Engenheiro Ambiental), Mariana Zaidan (Mestre em Gestão), Saimon Bessa (Sommelier de Cerveja) e Amanda Felix (Engenheira Ambiental) se dedicam a produzir lúpulo.
Os estudos de viabilidade do solo e produtividade começaram em 2019 e em agosto de 2020 os sócios adquiriram no viveiro do Rodrigo Veraldi ( que nos deu entrevista por duas vezes aqui) as primeiras mudas da espécie Mantiqueira.
Na Hops Brasil, eles adquiriram outras espécies como Cascade, Nugget, Cluster e Comet, e iniciaram a plantação com 80 mudas.
No final do ano passado, as plantas deram sua primeira floração e exatamente nessa última segunda-feira as flores colhidas 4 horas antes foram parar na panela da cervejaria Koala.
Da colheita ao copo, podemos dizer assim, será a cerveja produzida com as primeiras flores do lúpulo mineiro produzido pelos quatro sócios.
A cerveja é uma produção colaborativa entre a cervejaria Lift, da qual o produtor dos lúpulos Saimon Bessa é sócio, a Koala San Brew e o cervejeiro independente Álvaro Mafra.
A Pale Ale experimental com lúpulos mineiros será lançada em breve e os produtores da Serra do Espinhaço já estudam a viabilidade técnica para o plantio comercial da planta.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.