Esta é a última de minhas colunas em 2013 e eu não podia deixar de falar dos brindes do réveillon. Se para a ceia de Natal minha sugestão são as Weihnachst Ale, para saudar o ano que chega nada melhor do que as bière brut. Algo no nome lhe parece familiar? Pois você não se enganou se pensou em champanhe. É isso mesmo. Cervejas no estilo champenoise existem e são, simplesmente, maravilhosas!
As Bière Brut são produzidas como champanhe, ou seja, passam pelo processo de refermentação e maturação na garrafa, remuage e dégorgement. Elas são fermentadas com leveduras próprias para o famoso espumante. O resultado é claro tanto na aparência quanto nos aspectos sensoriais. Elas têm coloração bem clara, quase prateadas, são translúcidas, apresentam pèrlage. Nos aromas e sabores destacam-se frutados e herbais, mas sempre muito delicados. Delicadeza que pode ser um canto de sereia para o consumidor desavisado: cuidado! As cervejas champenoise têm teor alcoólico alto, acima de 9%.
Talvez a mais icônica representante desse estilo seja a belga Deus. Frequentemente me perguntam se eu já a experimentei. Sim, respondo. Sim, respondo novamente quando me perguntam se ela vale ser tão cara. Explico que essa cerveja, cujo preço médio é de R$ 160, é produzida na Bélgica, depois é transferida para o Nordeste da França, na região de Champagne, onde passa pelo processo tradicional dos espumantes. E meu terceiro sim responde à pergunta se ela é de fato especial e deliciosa.
Além da Deus, apenas outras quatro cervejas em todo o mundo podem ser classificadas como champenoise. Igualmente deliciosas, fazem parte dessa lista a belga , que se apresenta em três versões ( bière brüt, dark brüt e cuvèe roayale); a Infinium, fruto de parceria entre a americana Samuel Adams e a alemã Weihenstephan,; e as brasileiras Lust, da catarinense Eisenbahn, e Wäls Brüt, da mineira Wäls.
Tomar uma bière brüt é experiência marcante, um divisor de águas no consumo de cervejas. E esse já seria um único e bom motivo para brindar o ano- novo com ela, em vez dos tradicionais espumantes que pipocam em toda festa de réveillon. Mas, para mim, uma outra razão se faz bem mais interessante. Fechar um ano e dar partida em outro exige de nós uma renovação de propósitos, de conceitos, de ações. Nessa linha de pensamento, inovar estourando uma cerveja e servindo-a em taças flute à meia-noite demonstra toda a nossa vontade de fazer diferente em 2014.
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