Líquido e Certo

Milho e cerveja, um caso antigo

Não raramente tenho visto posts alarmantes nas redes sociais sobre o uso do milho na cerveja. Quase sempre os comentários vão para o lado de que o brasileiro é desonesto, que só acontece isso no Brasil, que lá fora não se vê tal aberração. Lêdo engano! O uso de adjuntos, como milho ou arroz, não é fato novo, muito menos inventado no Brasil.

Para começar, há que se fazer distinção sobre a forma com que o milho é utilizado. Em várias cervejas belgas, por exemplo, o açúcar do milho ( que não é nada barato) é utilizado para afinar o corpo da cerveja. E olha que são as cervejas mais cultuadas do mundo! Hoje são Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. E têm milho!

No caso do milho utilizado como adjunto pela grande indústria, o motivo é econômico, sim. Ele barateia o custo de produção por aumentar o rendimento da bebida. Isso não foi inventado por brasileiros. Vem desde o início do processo de industrialização e seria obra dos norte-americanos ( aqueles mesmos que o brasileiro adora imitar!) . O que é questionável no Brasil, isso sim um fato preocupante e não exclusivo na produção de cerveja, é o uso do milho transgênico. O que esse tipo de produto pode causar a longo prazo? Não foram feitos estudos sobre os efeitos dos produtos transgênicos para nossa saúde. E talvez, lá na frente, paguemos caro por ingeri-los em larga escala como vem acontecendo. Quanto ao sabor ou cheiro, sinto muito desapontar os alarmistas, mas milho não dá gosto e nem cheiro na cerveja. Pelo contrário, ele tira esses atributos, tornando a bebida neutra para agradar qualquer tipo de paladar. Por ser praticamente sem gosto, sem cor e sem cheiro, é preciso bebê-la estupidamente gelada, assim o único atributo a ser ressaltado é matar a sede. Simples assim!

Texto originalmente publicado em 19/02/2017 no caderno Degusta do Jornal Estado de Minas

Fabiana Arreguy

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