Todo mundo fala das cervejas belgas, da criatividade, complexidade e profusão de aromas que elas desprendem. E, sem dúvida, são mesmo isso tudo! Tanto assim que são as preferidas de grande parte dos consumidores quando entram em contato com cervejas especiais. Mas, para o meu gosto, nada se compara à elegância, sobriedade e equilíbrio das cervejas inglesas. Elas não são cervejas óbvias. Explico: comparo as belgas àquela beleza evidente, indiscutível, que não exige de nós esforço para ser percebida. É essa sensação que as belgas provocam em mim. São obviamente gostosas, enquanto as inglesas não são tão explícitas. É preciso uma aproximação mais consistente para se enxergar nelas toda a experiência gastronômica que podem nos proporcionar.
As cervejas inglesas são talvez as de existência mais antiga. São herança dos povos celtas, que produziam a bebida fermentando grãos, mel e frutas. O mais interessante é que dali, do território da Bretanha, o conhecimento sobre essa bebida fermentada se expandiu pela Europa, inclusive para o reino germânico, considerado hoje o lugar mais cervejeiro do planeta. Devemos muito à Inglaterra, a terra das ales, citadas em poemas e textos de autores conhecidíssimos, como Shakespeare.
Retomando então a minha preferência pelas cervejas inglesas, o que mais me agrada nelas é o conjunto harmônico entre malte e lúpulo. As inglesas são amargas, bem mais do que as alemãs e belgas. Ao mesmo tempo, têm uma doçura tão interessante que compensa o amargor com notas carameladas, corpo mais denso, muitas vezes menos efervescentes, mas nem por isso pouco refrescantes. Também gosto da variação de estilos, para nunca nos cansar delas. Há cervejas inglesas bem leves, mas há aquelas muito potentes. Há claras e pálidas, mas há as muito escuras, com tons torrados. Outra característica que muito me impressiona é que as cervejas inglesas são fáceis de beber. O termo que utilizamos para isso é drinkability. Elas não enjoam, podemos passar uma noite tomando estilos dessa escola sem cansar. Prova disso é a popularidade de uma delas,
as IPAs ou india pale ales.
É difícil não se render ao sabor de malte, com aroma de lúpulo, que as IPAs têm. Por essas e por outras é que sou fã declarada das cervejas inglesas. E se você me permite, dou-lhe um conselho: não se feche à obviedade, permita-se experimentar as menos explícitas. Não faltam opções no mercado, basta procurar por uma pale ale, porter ou stout e comprovar o que não só digo, mas faço!
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