Categories: Líquido e Certo

Colecionadora de medalhas

Em minha última coluna falei da cerveja ManjeriCow, que ganhou o título de melhor cerveja no Concurso Brasileiro
de Cervejas, realizado em Blumenau há algumas semanas. Hoje, quero falar da cervejaria considerada a melhor do ano de 2015. Tupiniquim é o nome dela. Por coincidência, fica na mesma rua, em Porto Alegre, que a Seasons, produtora da ManjeriCow. Pois a Tupiniquim arrebatou 15 medalhas no concurso, chamando a atenção para suas produções. Realmente, as cervejas que esses gaúchos têm feito nos surpreendem pelo sabor, complexidade, originalidade na escolha de ingredientes e estilos. Em um determinado momento da cerimônia de anúncio dos vencedores, a Tupiniquim foi chamada ao pódio para receber ouro e prata na mesma categoria. Foi o caso de duas cervejas sour, fermentadas com Bretanomyces, que são leveduras selvagens. A medalha de ouro ficou com aquela que leva suco de maracujá. Imagine uma cerveja que pelo tipo de fermentação já é ácida, acrescida de maracujá? Pois inexplicavelmente fica um conjunto delicioso.

Uma das cervejas, também ganhadora de medalha de ouro, eu tive a felicidade de julgar. E, sem imaginar de qual cervejaria seria, fiquei embevecida com o sabor. Ela é uma imperial Porter, estilo inglês à base de maltes torrados, puxando a café e chocolate, amargor pronunciado e alto teor alcoólico. Normalmente um estilo mais difícil de beber, pois tudo é exagerado. Só que no caso dessa cerveja, que tem o nome Monjolo, era tão deliciosa, com corpo de veludo que desliza na garganta, deixando um rastro de baunilha, toffee, chocolate e café, que eu repetiria o copo outras vezes.

Da Tupiniquim, eu já era fã da Saison de Caju, outra delícia premiada. Adoro a fruta, que compõe um perfil delicioso de sabor nessa cerveja altamente refrescante. No último Natal, foi ela que me acompanhou durante toda a ceia.
Para quem gosta do estilo IPA, a Tupiniquim tem vários rótulos, cada um mais gostoso do que o outro. Quando virem a marca dessa cervejaria em alguma prateleira podem comprar sem susto. Ela não tem rótulos ruins, é a constatação geral. Tanto assim que foi premiada 15 vezes no mesmo concurso, chegando ao título de melhor cervejaria do ano. E se tiver dúvida, basta procurar os que receberam as medalhas em Blumenau. Eles já foram julgados e selecionados por quem entende da bebida.

Fabiana Arreguy

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