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Cerveja acessível e gostosa é a minha preferida

Em tempos de inventividade suprema no que diz respeito à cerveja artesanal, quando até folhas de ouro são postas em uma receita, encarecendo o produto e gourmetizando antipaticamente a bebida, me perguntam qual é a minha cerveja favorita. Devo adiantar que não sou dessas pessoas que se ligam fielmente a um estilo ou rótulo e nunca mais saem dessa escolha. Gosto de variar, de provar coisas novas, de combinar a cerveja com o local, o horário, a temperatura e a ocasião. Só por aí ficaria difícil apontar uma favorita. Mas hoje minha resposta tem sido mais filosófica: a minha cerveja favorita é aquela que eu posso beber. Aquela que seja possível encontrar no mercado e pagar por ela. Ressalto aqui que não uso o termo preço justo, porque esse é um conceito elástico. O que é justiça na precificação de um produto?

Dentro dos meus padrões de escolha, uma boa cerveja, eu diria, é a que me faz viver uma experiência gastronômica, ou seja, tem insumos de qualidade, aroma e gosto prazerosos, visual bonito e, não necessariamente, custa o olho da cara! Sim, é possível encontrar belos rótulos no mercado pagando um preço acessível.

Pensando em todos esses critérios que citei, indico algumas novidades mineiras que já estão no mercado, recém-lançadas:
A primeira delas é a linha Las Mafiosas da Backer, que tem três rótulos inspirados nas cervejas da Califórnia. São mais do que inspirados. Na verdade são praticamente californianos, uma vez que a mestre-cervejeira responsável pela série é Alex Nowell, que veio do estado norte-americano para uma imersão produtiva na fábrica do Bairro Olhos D’Água, em Belo Horizonte. Minha preferida das três é a Tommy Gun, com aromas cítricos irresistíveis e um amargor pesado e delicioso.

A segunda novidade é a Session Hiratake, da Wals Bohemia, lançada há pouco mais de uma semana. A cerveja é especial porque ressalta a presença do Umami, chamado de “ o quinto sabor”, devido à inclusão de cogumelos, em grande quantidade, na receita. Uma cerveja refrescante e levezinha em seus 3 % de teor alcoólico apenas.

Vale a ressalva de que é uma produção única, não deve haver outra. Portanto quem quiser experimentar deve ser rápido para encontra-la nas prateleiras.E a terceira novidade que indico é a Do Monge Pale Ale, cerveja produzida à moda cigana, ou seja, em planta alugada. O cervejeiro de Belo Horizonte Célio Nascimento acertou em cheio na receita dessa clássica inglesa. Amargor baixo em equilíbrio com o dulçor dos maltes. Uma cerveja para todo dia. Espero que minhas dicas sejam agradáveis para o paladar e para o bolso! Saúde!

Fabiana Arreguy

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