Efeito colagogo do lúpulo é um dos benefícios à saúde provocados pela planta que aprendi esta semana ao ouvir o podcast Tomei Gosto, do jornalista Mário Alaska, em entrevista com o médico antroposófico, Ricardo Ghelman.
Confesso que já tinha ouvido falar de muitos outros benefícios, mas sobre esse foi a primeira vez. O que é efeito colagogo? É o aumento da produção de bile pelo fígado, protegendo-o de problemas digestivos.
Imediatamente fui pesquisar os fundamentos de mais esse efeito. Consultei a opinião de um médico gastroenterologista, que também desconhecia tal propriedade no lúpulo.
De todos os estudos, sites e publicações sobre o assunto que pesquisei, nenhum aponta diretamente o efeito colagogo do lúpulo, pelo menos não com este nome, entre benefícios da planta, embora o amargor seja descrito como um fator de auxílio na digestão.
Não que apresentar ou deixar de apresentar o efeito me fizesse mudar meu gosto pelas cervejas lupuladas, afinal quem é lupulomaníaco se interessa mesmo é pelo sabor e aroma que ele traz à bebida. O resto vem como lucro.
Para além do efeito colagogo
Mas, já que o assunto veio à tona, compilei os vários benefícios apontados por guias e publicações fitoterápicas. Confira a seguir quanta coisa boa o lúpulo pode lhe trazer:
- Efeito sedativo e antiespasmódico: o componente amargo encontrado na planta ( α-ácido 2-metil-3-buten-2-ol ) tem a capacidade de aumentar a atividade do neurotransmissor γ-aminobutírico (GABA). Com esse aumento a neurotransmissão no sistema nervoso central é reduzida, gerando o efeito sedativo e antiespasmódico
- Efeito antioxidante: o lúpulo possui compostos, chamados flavonóides, sendo os três principais xanthohumol, dehydrocycloxanthohumol e isoxanthumol. Eles seriam responsáveis por neutralizar os radicais livres, que provocam o estresse oxidativo das células danificando-as. Além disso, os flavonóides diminuem a oxidação das lipoproteínas, reduzindo assim o risco de acidentes cardiovasculares.
- Combate aos sintomas da menopausa: o lúpulo também possui isoflavonas, que são moduladores do hormônio estrogênio. O composto teria a propriedade de amenizar os efeitos incômodos da menopausa, como fogacho, ansiedade e, principalmente, a perda de massa óssea.
- Diminuição da atrofia muscular: graças aos fatores estrogênicos dos flavonóides presentes , especialmente o 8-prenilnaringina , o lúpulo pode reduzir a atrofia muscular causada por lesões ou envelhecimento.
- Efeito anti-inflamatório: a isoflavona xanthohumol teria o poder de inibir a produção de óxido nítrico, que é um dos principais responsáveis por processos inflamatórios.
- Efeito anti-insônia: a literatura mostra que o lúpulo, se combinado com outras ervas, como a valeriana por exemplo, é eficaz no combate aos distúrbios do sono. O mesmo combinado pode ter efeito relaxante.
Nem tudo são flores… há contraindicações
- Pessoas com depressão devem ter precaução em relação ao lúpulo. Seu efeito calmante sobre o Sistema Nervoso Central pode agravar o quadro de apatia e tristeza.
- Os efeitos estrogênicos das isoflavonas presentes no lúpulo podem alterar o ciclo menstrual. Pessoas que usam medicamentos anti-estrogênicos devem evitar ingerir o lúpulo, porque a planta pode diminuir a eficácia do tratamento.
- O lúpulo pode inibir o citocromo P450, envolvido no metabolismo de diversas drogas, além alguns antibióticos como polimixina, tobramicina e ciprofloxacino.
- O poder sedativo do lúpulo é também anafrodisíaco, ou seja, diminui o apetite sexual.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.