Esta é uma pergunta pertinente – você, quando vai a um bar ou restaurante que não conhece, tem o costume de pedir a carta de cervejas ? Sua resposta pode ajudar a decifrar os motivos pelos quais ainda sejam poucos os estabelecimentos que se preocupam em elaborar uma.
Os consumidores de cerveja têm a tendência de deixar pra lá o fato de não encontrar opções da bebida nos locais que frequentam. Bem diferente dos bebedores de vinho que não abrem mão de sua bebida e exigem que ela seja ofertada com opções e com qualidade. Estou mentindo? Veja o exemplo das festas de casamento. Em todas as que já fui havia uísques de altíssima qualidade, espumantes idem e cerveja “com melhor custo benefício” ( a mais barata mesmo). E por que essa diferença em relação aos convidados que apreciam cerveja? Eles não merecem a consideração de lhes servirem uma bebida no mesmo patamar de qualidade?
O mesmo acontece em bares e restaurantes. É de praxe, assim que nos assentamos à mesa, receber a carta de vinhos. Caso você diga que prefere cerveja, lhe entregam o menu de bebidas, uma listinha em que constam refrigerantes, sucos, água e uma marca única da bebida! Ora… isso é ou não ser refém?
Existem dois movimentos muito claros no mercado – os locais que já acordaram para o fato que o consumo de cerveja tem um novo perfil e aqueles que insistem em dar exclusividade de seu ponto de venda a uma cervejaria mainstream em troca de geladeiras, mesas e cadeiras em bonificação. E, infelizmente, não estou falando somente de botecos de bairro, que, em tese, precisariam dessas bonificações. Bons e renomados restaurantes têm fechado ” parceria” com grandes grupos, não permitindo a entrada de cervejas artesanais diferenciadas em seus menus. Resultado é que servem uma comida que diz valorizar o pequeno produtor, se gabam de dar atenção a boas práticas ambientais, fazem questão de alardear a melhor qualidade dos ingredientes e exaltam o sabor. Mas se desmentem ao servir uma cerveja fabricada em grande escala, cheia de adjuntos e quase nenhum sabor, com práticas nocivas de mercado, que tentam inviabilizar a entrada das cervejarias menores nos pontos de venda.
Estou convicta. Se não vier do consumidor a demanda por cervejas boas, que valorizam a produção local, que utilizam ingredientes nobres, nunca conseguiremos furar esse cerco. Estaremos sempre reféns do que querem nos empurrar goela abaixo.
Por isso, agora mudo a pergunta: vamos pedir a carta de cervejas?
ALGUNS LOCAIS QUE JÁ TÊM CARTA EM BH:
- Restaurante Paladino, na Pampulha
- Restaurante Salumeria Central, no Floresta
- Restaurante Haus, no Gutierrez
- Bar Café Viena, no São Lucas
- Restaurante Kazuki, em Lourdes
- Bar Rima dos Sabores, no Prado
- Bar Seu Romão, no São Pedro
- Duke´n Duke, na Savassi
- Bar Vintage 13, na Savassi
- Mercearia Mello, na Serra
- Restaurante Kobes, no Horto
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Parabéns pela iniciativa, eu não bebo suco de milho com batatas e cebolas. Gosto de beber cerveja e se o bar não tem cerveja, levanto e ou embora.
Muito boa a matéria, vale à pena registrar o Hipper Frios no bairro União, lá tem uma carta legal também.
Como apreciador de cerveja de média – para ainda não dizer longa – data, eu já até dispenso a carta de cerveja de muitos bares. Motivo: a demora na atualização pode me fazer perder a oportunidade de tomar uma boa novidade. E isto acontece até mesmo em lugares com cardápio grande dedicado às cervejas – como é o caso do Delirium Tremens aqui no Rio. Então prefiro levantar e olhar o que tem na geladeira/cervejeira…
Mas certamente é importante ter. Nem que seja com as que basicamente frequentam a casa. E outra coisa que falta é gente treinada para vender a cerveja: muitas às vezes não sabem explicar a cerveja que tem em estoque. Como vender um produto sem conhecê-lo? Por isto é importante a casa treinar sua equipe (tal como fazem com os vinhos)!
Tem vários problemas relativos ao que você diz mesmo, cartas desatualizadas, cartas de mentira ( cujos rótulos só existem no papel. O famoso tem mas tá em falta), cartas feitas por quem não está apto a treinar a brigada… mas, de qualquer maneira, o fato em se preocupar em ter uma variedade de cervejas disponíveis já abona, e muito, um estabelecimento, a meu ver.
O que sempre vejo, inclusive em lojas especializadas, é o pessoal despreparado para lhe dar informações sobre as cervejas, especialmente em harmonizações.
Muito boa a matéria, vale à pena registrar o Hipper Frios no bairro União, lá tem uma carta legal também.
Como apreciador de cerveja de média – para ainda não dizer longa – data, eu já até dispenso a carta de cerveja de muitos bares. Motivo: a demora na atualização pode me fazer perder a oportunidade de tomar uma boa novidade. E isto acontece até mesmo em lugares com cardápio grande dedicado às cervejas – como é o caso do Delirium Tremens aqui no Rio. Então prefiro levantar e olhar o que tem na geladeira/cervejeira…
Mas certamente é importante ter. Nem que seja com as que basicamente frequentam a casa. E outra coisa que falta é gente treinada para vender a cerveja: muitas às vezes não sabem explicar a cerveja que tem em estoque. Como vender um produto sem conhecê-lo? Por isto é importante a casa treinar sua equipe (tal como fazem com os vinhos)!
O que sempre vejo, inclusive em lojas especializadas, é o pessoal despreparado para lhe dar informações sobre as cervejas, especialmente em harmonizações.
Tem vários problemas relativos ao que você diz mesmo, cartas desatualizadas, cartas de mentira ( cujos rótulos só existem no papel. O famoso tem mas tá em falta), cartas feitas por quem não está apto a treinar a brigada… mas, de qualquer maneira, o fato em se preocupar em ter uma variedade de cervejas disponíveis já abona, e muito, um estabelecimento, a meu ver.
Parabéns pela iniciativa, eu não bebo suco de milho com batatas e cebolas. Gosto de beber cerveja e se o bar não tem cerveja, levanto e ou embora.