Vivemos um tempo em que tudo deve ser um advento, uma explosão de emoções, uma festa de brilhos e muitos cliques nas fotos postadas em redes sociais. Com a cerveja não parece ser diferente. O importante é mostrar que tomou aquela mais complexa, a mais cultuada, a mais difícil de encontrar. Será que perdemos a mão até nisso? O prazer de tomar uma cerveja simples e descomplicada não existe mais? 
Tenho percebido em mim uma preguiça para escolher rótulos. Parece um contrassenso, logo eu que trabalho com novidades do segmento! Mas estou falando aqui como consumidora. Aquela que quer ir a um bar e pedir uma cerveja qualquer, que corresponda àquele instante, sem se preocupar se está no estilo, se tem defeitos ou não, se combina com a comida que tiver disponível. Simplesmente sentar com amigos e mandar vir aquela cervejinha honesta! De preferência feita por amigos! Pra essas eu nunca tenho preguiça!
Uma das coisas que têm me feito pensar muito é como alguns estilos de cerveja taxados de simples demais, embora sejam clássicos, são postos de lado pelos produtores. Sinto falta de Pilsens exatas, bem trabalhadas, feitas com amor. Adoro Bocks, mas preciso percorrer uma maratona para encontrar os poucos exemplares delas no mercado. Aonde estão as Dunkel´s despretensiosas? Ou English Pale Ales sem firulas?
Acho que em nome da criatividade e da bendita ” complexidade” as cervejas ditas “simples” têm sido relegadas a segundo plano, esquecendo-se, quem faz cerveja, que elas revelam muito mais a maestria do produtor. Torço demais para que o mercado não se limite aos arroubos criativo-artísticos dos cervejeiros ( importantes também), mas se lembre que clássicos também podem fazer a festa!
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