Liberdade criativa para fazer as cervejas que os produtores gostariam de tomar. Esse é o lema da Monka Brewing, uma cervejaria cigana que surge em Belo Horizonte com o peso dos nomes de seus criadores. Paulo Schiaveto e Pablo Carvalho, o primeiro, mestre-cervejeiro dos mais reconhecidos no Brasil e fora do país; o segundo, precursor do movimento homebrew na capital mineira, hoje responsável pela Cervejaria ligada ao grupo Albanos. A vontade de fazer cerveja pensando apenas na cerveja e não em seu lado comercial levou os dois amigos, acostumados ao trabalho em grandes fábricas, a se juntarem em um projeto pessoal, no qual a produção será em pequeno volume, em edições especialíssimas e limitadas. Para ambos, não justificaria fazer rótulos já tão repetidos pelas centenas de cervejarias que disputam uma fatia do ainda minguado mercado brasileiro de cervejas artesanais. A ideia é fazer cervejas fora da curva, ainda que não tenham apelo com o público, apenas pelo deleite de produzir aquilo que lhes der na telha! É cerveja cujo único intuito é ser boa de beber! Não importa o estilo-modinha da vez. Não importa a influência americana. Não interessa se essa ou aquela variedade de lúpulos são as queridinhas da atualidade. Aliás, as cervejas super-mega-blaster lupuladas não parecem a fazer a cabeça da dupla, cujo estudo de maltes especiais e seus possíveis blends tem sido a tônica. Também não parecem ser preocupação de Schiaveto e Pablo os custos de produção, afinal o objetivo não é fazer cervejas com vistas ao comércio. Se uma cerveja depois de pronta não os agradar, pia! Será descartada sumariamente. É muita coragem e arrojo em tempos de crise, não?
Segundo Pablo Carvalho, esse é um ” projeto meio lado B”. Ele explica que as cervejarias muitas vezes por questões de planejamento, posicionamento de mercado, estratégia de vendas, acabam se vendo de mãos atadas e obrigadas a produzir ” cervejas limitadas”. Já a Monka Brewing é um ” projeto para satisfação pessoal”, um retorno ao prazer de fazer cerveja e não somente uma obrigação.
O nome da cervejaria – Monka Brewing Co., surgiu de uma brincadeira, anterior ao projeto de montar uma marca. Os amigos provocavam um ao outro dizendo que um dia iriam montar uma fábrica de fermentados. Daí logo surgiu a analogia com a Fantástica Fábrica de Chocolates e o personagem Willi Wonka. Avançando a partir disso, chegaram ao Monka, alusivo a macacos ( monkey) e também a monges (monk) reconhecidamente grandes cervejeiros ao longo da História. “O mascote da marca é por isso um macaquinho travesso, metido a cientista que faz experimentos mirabolantes e surpreendentes”, explica Pablo Carvalho.
A primeira cerveja já pode ser tomada ( de vez em quando eles liberam um barril para que o bar Svarten Mugg ofereça ao público). Trata-se da Monkey´s Business, uma Stout Export feita com dois maltes torrados, dois maltes caramelo ingleses e trigo, de corpo macio e final nada adstringente ( problema comum que encontramos em stouts). Eu experimentei ( aliás, Stout seguramente é um dos estilos que mais gosto) e digo: a cerveja é deliciosa! Não espere nenhuma acrobacia nela, com adição de ingredientes absurdos, fermentações láctea ou wild, imperial something ou casual sour! É Stout Export mesmo, sem mais delongas. E daí?? Para ser boa não é obrigatória a piração!
As próximas produções ainda não vieram, afinal até o tempo dedicado à Monka será aquele possível aos dois sócios. Mas, é certo que por aí vem coisa boa e eu quero ser uma das felizes e sortudas pessoas que vão experimenta-la!
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