O verão, definitivamente, não é minha estação preferida! Embora admita que aclaridade desta época deixa o ambiente mais feliz, o calor me faz ter certa aversão ao período. Ainda mais este calor beirando os 40 graus que estamos vivendo desde dezembro! Haja picolé, chá gelado, ventilador, piscina ( que vale até se for de lona na laje!) e, é claro, cerveja abaixo de zero grau para gelar a goela e refrescar até a alma. É no verão que consigo entender, e tendo a concordar, com a massa de brasileiros que adora a loura gelada, a manjada American Lager existente em cada canto do planeta. Não interessa se tem gosto, se tem milho. Nessas horas o que importa é matar a sede e espantar as altas temperaturas!
Mas aí vêm os argumentos: há outros estilos de cerveja que podem bem cumprir o papel de nos refrescar. Sim,concordo. Eles existem, mas não têm preços tão acessíveis, não são neutros no sabor e, em muitos casos, dão a impressão de refrescância pelo uso de certos ingredientes, mas apresentam um teor alcóolico lá em cima, anulando os efeitos desses insumos.
Quer um bom exemplo do que digo?
Estão na moda as Saisons. Veja bem, não estou falando de Session, mas de Saison. Um estilo da Escola Belga que parece ter virado moda no Brasil. Fazendo uma contagem simples, apenas por alto, nos últimos meses 8 rótulos brasileiros chegaram às prateleiras. Todas com alguma fruta adicionada, seguindo a linha da refrescância que falei. Tem Saison com carambola, com frutas vermelhas, com apricot, com caju, com figo. Todas deliciosas, sem dúvida, mas com teor alcóolico médio de 6 por cento! Oras, convenhamos que isso já dá para provocar um calorzinho na garganta, ou esquentar o peito como diziam antigamente!
Não desencorajo ninguém a experimentar um a um dos rótulos brasileiros de Saisons. Pelo contrário, recomendo demais porque são de fato gostosos, perfumados e diferentes entre si, embora obedeçam ao mesmo estilo. No entanto aviso: esse tipo de cerveja não é para ser tomado estupidamente gelado, do contrário todas as nuances de aroma e sabor se perderão e o consumidor vai pagar caro para não ter a experiência gastronômica alguma. Se a sua intenção é tão somente sentir algo congelando lentamente a garganta, refrescando o corpo por dentro, opte pela velha loura gelada sem receios, ou vergonha, de estar fora da " onda gourmet"! O custo-benefício neste caso é o melhor argumento. E ponto final!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.