Frequentemente me fazem esta pergunta: qual cerveja você prefere? Muitas vezes, ainda completam: aquela que você bebe mais. Para todas as ocasiões não sei responder! É sério, não tenho resposta formulada por um simples motivo, não prefiro nenhuma cerveja sobre as outras!
Para quem é comilão, conhece tudo sobre gastronomia, frequenta todo tipo de restaurante, se arrisca a cozinhar, quando se pergunta qual a comida preferida tenho certeza de que a resposta é a mesma. E sabe por quê? Porque gostar de uma comida ou de outra depende de vários fatores, como clima, horário, humor, estado físico, mental e espiritual! Escolher sempre a mesma, quando se pode optar por delícias que correspondam a cada momento da vida, seria de uma cegueira sem tamanho. Aliás, a comparação de cerveja com comida é sempre boa. Afinal a bebida já foi considerada alimento para muitas civilizações. Outro dia, ouvi de um cervejeiro amigo meu que quando ele bebe uma cerveja que adora, na mesma hora começa a formular a receita para tentar reproduzi-la. Tal e qual fazemos quando provamos uma comida deliciosa. Se conseguimos preparar algo próximo, a sensação de vitória é imensa, não é verdade?
Voltando à escolha da cerveja preferida, repito que não consegui nem sequer chegar à lista das minhas top 10! A cada ano surgem novidades e lançamentos que me fazem trocar de preferência rapidinho. E tem sido assim desde que experimentei minha primeira cerveja artesanal, há alguns pares de anos. De lá para cá, novos estilos surgiram, foram replicados e transformados, gerando outros novos estilos, numa retroalimentação sem fim. De lá pra cá meu paladar também se modificou, por certo, fazendo com que sabores que antes eram mais prazerosos para mim se tornassem aborrecidos tantas vezes. E assim, nessa cadeia de transformações, tanto do mercado quanto do meu padrão de consumo, as preferências se perdem. Prefiro dizer que tenho algumas eleitas como as cervejas do momento. Assim, quando passa a ocasião, elas são substituídas. Ser volúvel neste caso não é crime algum, pelo contrário, é a atitude mais coerente. Por isso, não se sinta acanhado de não ter sua cerveja de cabeceira! Isso só vale para quem não se permite experimentar e gostar do novo! Se lhe perguntarem qual a melhor cerveja do mundo, responda: é aquela que você tiver vontade de beber!
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