Adoro conhecer lugares que me fazem sentir em casa. Não é tão novo assim, está aberto desde o fim do ano passado, mas somente no último fim de semana pude conhecer o Juramento 202, bar da Cervejaria Viela. Simplesmente encantador! Mesmo para mim que nasci, cresci e sempre vivi em cidade grande, entrar no pequeno espaço é como se fosse um transporte no tempo e para o interior. Ali parece que o relógio parou na década de 1970. Os objetos e o mobiliário vintage nos fazem esquecer que estamos no meio de um caos urbano, numa época em que não conseguimos viver desconectados, na correria, na ânsia por sucesso, por likes e engajamento nas redes sociais. Sentar em uma das únicas quatro mesas do Juramento 202 é nos permitir olhar nos olhos das pessoas e simplesmente bater papo ao vivo, enquanto tomamos cervejinhas deliciosas on tap e comemos embutidos cortados na hora acompanhados de belos pães. Nada de garçom, os pedidos são feitos diretamente no balcão, este um caso à parte sobre o qual falarei a seguir.
O balcão, daqueles de mercearia antiga, é uma festa de cores. Nas pequenas vitrines que o compõem estão os pães maravilhosos da Bagueteria Francesa. Em outro compartimento, os potes de vidro que abrigam azeitonas e acepipes frios que o cliente escolhe para petiscar. Há também nele a máquina de corte dos embutidos e uma balança daquelas que víamos nos açougues de antigamente. Atrás do balcão, uma estante, que vai do chão ao teto, repleta de nichos onde foram dispostos objetos vários, como cascos de refrigerante velhos, filtro de barro, latas e etc. O móvel também é útil para a maturação de queijos artesanais. Tudo sem nenhum toque de antiquários descolados ou decoradores. São garimpos genuínos de coisas abandonadas na casa dos donos e na vizinhança. Os pedidos são feitos aos atendentes vestidos de jalecos azuis e bonés verdes, uniforme típico de uma mercearia das antigas. É como se estivéssemos vivenciando um lapso do passado.
Nas paredes mapas amarelados, acho que em todas as casas da década de 70 havia um exemplar deles, a minha inclusive, e placas de rua. A iluminação meio morteira é tão old school… e as músicas? Benito de Paula, Martinho da Vila, Raul Seixas, MPB que saem dos discos de vinil tocados numa velha vitrola, disposta em cima de uma geladeira vermelha que você vai reconhecer de algum lugar! A seleção musical fica ao gosto do cliente, que coloca o disco que quer ouvir na fila para que algum funcionário da casa o faça rodar.
Falando das cervejas. Ah, as cervejas! Boas, artesanais, pouco convencionais e baratas! Todos os chopes, independentemente da marca, custam os mesmos 7 reais o copo maior. O copo médio custa 5 reais. Eu tomei o chope Vienna da cervejaria La Grand, uma delícia, e o Santè, feito pela cervejaria Verace para o bar Protótipo, outra delícia. Depois provei o sensacional drink Xeque-Mate, feito à base de chá mate, rum, limão e cerveja. Ele também é servido on tap, geladinho e espumante! Mas se quiser levar pra casa, tem dele em garrafa.
O bar foi aberto em uma esquina, onde antes funcionava uma oficina de motocicletas, ao lado da fábrica da Cervejaria Viela, que existe há dois anos. Como diz o Samuel Viterbo, dono do lugar, é uma história que eles inventaram. E que bela invenção, devo dizer!
Então, como ressaltei em outro post, tenho preferido lugares assim, mais humanos, menos espetáculo. Mais pé no chão, menos grandiosidade. Mais contato, menos ostentação. Mais valorização do pequeno produtor, menos claque para a grande indústria. Por isso me encantei tanto com o Juramento 202. Tem cara de garagem da minha casa em décadas passadas. Puro amor! Vai ser comum me encontrar por lá, é só o que tenho a declarar.
Serviço:
Aberto de quinta a domingo a partir das 18 horas
Endereço: Rua Juramento 202, bairro Paraíso
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.
Pô… Com esse post fiquei mais afim de conhecer ainda! Muito bom!
BH precisa de mais bares assim. Infelizmente, gourmetizaram a cerveja, os bares e até as barbearias! Tudo para nos cobrar mais caro. Ultimamente, tenho preferido beber em casa mesmo a me submeter aos preços escorchantes cobrados por aí. O mercado central, por exemplo, onde era lugar para tomar umas cervejas e comer bem pagando pouco tornou-se mais caro que a Savassi! Estive lá e paguei mais de 11 reais numa garrafa de Brama! Ora, eu prefiro tomar minhas cervejas adquiridas em supermercados e empórios em casa mesmo. Prefiro comprar meus queijos, escutar minhas músicas e sorver minhas cervejas no conforto de minha casa a me submeter pagar mais de 10 reais numa garrafa de cerveja meia-boca. Não bebo para ostentar fotos no facebook e instagram. Bebo porque gosto. Mas como este país o que vale é a aparência (como no famoso conto do Machado de Assis), pagamos pelo produto e pelo status. Por isso gosto de ir para o interior e beber nos botecos “copo-sujo”. Creio que ainda é o reduto de quem bebe por prazer e sem ser explorado. Instagram e facebook estão matando os bares das cidades.
é bem por aí… beber por prazer e não para ser visto bebendo o que está na moda, não é mesmo?
Super recomendo!
Amei o lugar, variedade de cervejas e sabores que é sensacional!
Um público lindo, e um ótimo atendimento.
Acompanhei a construcao da cervejaria e do Bar, mas mudamos para o Rio. Perdemos a inauguracao…Mas estamos retornando a BH…E fizemos um Juramnto 202…Estaremos ai em breve…Tio LU & Lu..
Achei simplesmente sensacional uma história que nos remete ao passado, sou fã de uma boa cerveja e um belo lugar…um dis estarei aí..
Pô… Com esse post fiquei mais afim de conhecer ainda! Muito bom!
Super recomendo!
Amei o lugar, variedade de cervejas e sabores que é sensacional!
Um público lindo, e um ótimo atendimento.
Achei simplesmente sensacional uma história que nos remete ao passado, sou fã de uma boa cerveja e um belo lugar…um dis estarei aí..
Acompanhei a construcao da cervejaria e do Bar, mas mudamos para o Rio. Perdemos a inauguracao…Mas estamos retornando a BH…E fizemos um Juramnto 202…Estaremos ai em breve…Tio LU & Lu..
BH precisa de mais bares assim. Infelizmente, gourmetizaram a cerveja, os bares e até as barbearias! Tudo para nos cobrar mais caro. Ultimamente, tenho preferido beber em casa mesmo a me submeter aos preços escorchantes cobrados por aí. O mercado central, por exemplo, onde era lugar para tomar umas cervejas e comer bem pagando pouco tornou-se mais caro que a Savassi! Estive lá e paguei mais de 11 reais numa garrafa de Brama! Ora, eu prefiro tomar minhas cervejas adquiridas em supermercados e empórios em casa mesmo. Prefiro comprar meus queijos, escutar minhas músicas e sorver minhas cervejas no conforto de minha casa a me submeter pagar mais de 10 reais numa garrafa de cerveja meia-boca. Não bebo para ostentar fotos no facebook e instagram. Bebo porque gosto. Mas como este país o que vale é a aparência (como no famoso conto do Machado de Assis), pagamos pelo produto e pelo status. Por isso gosto de ir para o interior e beber nos botecos “copo-sujo”. Creio que ainda é o reduto de quem bebe por prazer e sem ser explorado. Instagram e facebook estão matando os bares das cidades.
é bem por aí… beber por prazer e não para ser visto bebendo o que está na moda, não é mesmo?