Gruit Mineiro é a proposta do Pão e Cerveja para comemorar o Dia da Gastronomia Mineira.
A data é comemorada em 5 de julho em homenagem ao escritor ao nascimento do escritor Eduardo Frieiro, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, fundador da Biblioteca Luiz de Bessa e autor do livro “Angu, Feijão e Couve”.
Um dia importante para nos lembrar das imensas riquezas gastronômicas do estado de Minas Gerais, nas quais se incluem as cervejas.
Não é possível fazer qualquer referência à gastronomia mineira sem passar pela produção cervejeira artesanal, que já ganhou mundo pelas inúmeras premiações que os rótulos mineiros têm ganhado ao longo dos anos.
Para celebrar cervejeiramente o Dia da Gastronomia Mineira propusemos um desafio a alguns mestres-cervejeiros de Minas: montar um ” gruit mineiro” levando nossa riqueza gastronômica para o copo
Vale explicar o que é o Gruit
Até a Idade Média, as cervejas na Europa eram compostas por um apanhado de ervas e especiarias que pudessem conservar a bebida.
O Gruit era utilizado antes do advento do lúpulo. Assim como o curry indiano, cada produtora de cerveja fazia o seu, compondo o mix de ervas de acordo com sua inspiração.
Desta forma, as cervejas se diferenciavam em sabores e aromas, refletindo as mãos da mestre-cervejeira
Como seria o Gruit Mineiro?
Para o mestre-cervejeiro, Rodrigo Parisi, da Cervejaria Sátira, o mix de ervas que comporia seu gruit mineiro fugiria de ervas como alecrim, tomilho e sálvia, que, segundo o cervejeiro, remetem ao gosto salgado.
Para Rodrigo, um gruit interessante precisa ter, invariavelmente, a artemísia, que era uma das plantas utilizadas nos gruits medievais.
Ele incluiria ainda o zimbro e o coentro, enveredando pelos sabores do gin tão em voga.
E completaria com camomila e alfavaca-aniz, que lembra bastante o alcaçuz
Boldo e folhas de limão
Para os irmãos Guto e Rafaela Resende, produtores caseiros da cerveja Ousia, um mix bem interessante de aromas e sabores teria folhas de limão capeta, folhas de mexeriquinha azeda do mato, alecrim, flor de maracujá roxo e, trazendo amargor, o boldo.
Guto Resende, além de cervejeiro caseiro, é cozinheiro. É ele que produz receitas maravilhosas compartilhadas no perfil @pratododiadoguto no Instagram
Rafaela é Sommelière de Cerveja e estuda queijos há alguns anos. É dela o perfil @cervejacaféqueijo no Instagram
Carqueja no Gruit Mineiro
O mestre-cervejeiro Danilo Mendes, da cervejaria Abadia das Gerais, conta que já fez, há algum tempo, uma cerveja utilizando um Gruit bem mineiro.
“Eu usei carqueja e chá de artemísia para amargor e aroma. E também um pouco de camomila”, enumera Danilo
“Coloquei algumas especiarias para dar sabor também, usei canela e pimenta do macaco”, continua o cervejeiro.
Mas, segundo Danilo, usar a carqueja é difícil pela potência de amargor da planta, que acaba desequilibrando o sabor.
O mix feito por Danilo Mendes também continha mel, justamente para trazer o equilíbrio comprometido pela carqueja
Sem dúvida, um Gruit super mineiro, não?
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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.