“A ABRACERVA representa e vai seguir representando a indústria como sempre fez desde a fundação, há 8 anos.”
Assim se manifestam membros da diretoria da Abracerva – Associação Brasileira da Cerveja Artesanal – em resposta ao surgimento da Febracerva, nova entidade representativa das micro-cervejarias no Brasil.
+ Leia aqui a entrevista feita com o presidente da Febracerva
O anúncio de surgimento da Febracerva – Federação Brasileira das Cervejarias Artesanais – veio acompanhado da alegação de que a nova entidade foi criada para representar a indústria.
A alegacão causou estranheza à Abracerva, uma vez que esta foi constituída, há 8 anos, exatamente com o mesmo objetivo.
De acordo com membros da diretoria da Abracerva, não há um número consistente de microcervejarias para sustentar financeiramente uma entidade forte.
O que dizer duas?
Pão e Cerveja, assim como fez com a Febracerva, ouviu representantes da Abracerva para entender como será a convivência das duas entidades
PeC: Na última semana foi anunciada a criação da Febracerva – uma nova entidade para representar as microcervejarias brasileiras. Como a Abracerva recebe essa novidade?
Constituída em dezembro de 2020, apesar da denominação de Federação, é também uma Associação com objetivo de representar a indústria cervejeira.
A ABRACERVA foi constituída em 2013 com este mesmo objetivo, ou seja, de inicialmente representar somente a indústria cervejeira…
O mercado amadureceu. Outros membros importantes foram surgindo na cadeia cervejeira.
De forma que, em consenso com e por iniciativa da indústria, houve uma alteração em nosso Estatuto, para incluirmos todo o segmento em nossa Associação.
O mercado mundial é representado desta forma. A própria Brewers Association tem este modelo de representação de todos os profissionais do setor.
Em uma democracia, é normal que indivíduos e empresas busquem organizar-se de maneira a buscar sentir-se representadas e construir capacidade de tencionar politicamente.
Por outro lado, entendemos que o número de microcervejarias no Brasil ainda é pequeno para gerar as condições que sustentem financeiramente uma entidade forte, capaz de atuar e incidir sobre políticas públicas mais favoráveis ao desenvolvimento do mercado.
Também entendemos que, representando todo o setor, podemos tratar e resolver, dentro da própria Associação, os conflitos de interesse que possam eventualmente existir entre os diferentes atores da cadeia produtiva.
Nosso conselho está proposto majoritariamente por produtores de cerveja: são 4 dos 5 postos. Como previsto em estatuto.
A ABRACERVA representa e vai seguir representando a indústria como sempre fez desde a fundação, há 8 anos.
2) Aqui para o Pão e Cerveja o presidente da nova entidade, Marco Falcone, afirmou que Febracerva e Abracerva são instituições irmãs. A diretoria da Abracerva confirma essa união?
A nova Associação foi constituída logo após a eleição da nova Diretoria da ABRACERVA, após a renúncia da Diretoria anterior, em função dos episódios conhecidos e desprezados por todo o mercado cervejeiro.
Não houve qualquer articulação entre as duas Associações neste sentido.
Estivemos reunidos uma única vez com seus representantes, em reunião informal, depois que a entidade já havia sido constituída.
3) Ainda segundo seu presidente, a Febracerva representa os interesses da indústria. A Abracerva não cumpria esse papel?
A ABRACERVA cumpre este papel desde sua criação em 2013. Surgiu exatamente para esta finalidade: a representação da indústria.
Como já afirmamos, com o amadurecimento do mercado, a ABRACERVA e a indústria por ela representada entenderam necessária a alteração de seu Estatuto para a inclusão de todo o segmento cervejeiro em seu quadro representativo para acumular forças.
4) Em sua avaliação, a criação de uma nova entidade representante do setor não esvazia o âmbito de atuação, bem como a relevância da Abracerva?
Entendemos que não esvazia o âmbito de atuação, muito menos a relevância da ABRACERVA.
Estamos consolidados no mercado e em todos os órgãos governamentais como a entidade representativa do segmento cervejeiro.
5) É saudável para o mercado cervejeiro a divisão entre indústria e outros atores da cadeia, como sommelieres, profissionais de marketing, vendas por exemplo?
O amadurecimento do mercado determinou a alteração do nosso Estatuto para a inclusão e representação de todos os atores do mercado.
Entendemos que para o mercado cervejeiro não há como representar somente um ator que seja a indústria.
Nosso segmento mantém características próprias, como a existência dos Ciganos, por exemplo.
A própria Brewers Association, incorporou outros atores da cadeia produtiva no quadro de associados.
Da mesma forma, a Abracerva atua possibilitando o trabalho de forma articulada, criando potencialidades para o objetivo comum maior:
aumentar de forma sustentável a produção e comercialização de cerveja produzida de maneira independente.
Nosso estatuto e a composição do nosso Conselho garantem que as cervejarias sejam quem conduza as pautas e as discussões que damos no seio da Associação e na interlocução com o setor público.
Criaremos Assembleias por tipo de associado, garantindo assim discussões mais aprofundadas de cada tipo de empresa.
Também ajustaremos os pesos da votação de cada tipo de associado em todas as instâncias para que as cervejarias mantenham sempre o protagonismo, já que são elas que movem de fato o setor.
6) A Abracerva passou por momentos críticos em 2020 que culminaram na dissolução da antiga diretoria e eleição de novos diretores. O que a nova diretoria da Abracerva pode apresentar como planos de ação para seus associados? Quantos são os associados hoje à Abracerva?
A ABRACERVA é a associação responsável por grandes feitos como a inclusão das cervejarias no Simples Nacional.
Temos acúmulo institucional e um grupo de Conselheiros que estão amparados por empresas de trajetória reconhecida no mercado nacional, que, ao mesmo tempo, acompanharam a evolução do mercado – e das discussões dos direitos das minorias.
Estamos preparados e articulados com outras Associações representativas do mercado de bebidas para a discussão da Reforma Tributária; E
Estamos concluindo um levantamento dos passivos tributários das empresas representadas, para a criação de um Comitê de Crise e negociação com os governos no âmbito estadual e federal,
Tivemos como primeira grande incumbência a constituição do Comitê de Ética.
O Comitê está formado e estamos trabalhando sobre a operacionalização da ouvidoria.
Instituímos um grupo de trabalho para discutir questões relacionadas aos efeitos da pandemia sobre o mercado, composto atualmente por membros do conselho.
Expandiremos para incluir outros profissionais e empresas do setor.
Retomaremos o calendário de eventos da Associação respeitando as restrições impostas pela pandemia e a saúde da população.
Os eventos são importantes para fortalecer o vínculo com nossos associados, gerar visibilidade para a cerveja independente como produto e gerar receita para ABRACERVA.
E há boas soluções online que permitem que dialoguemos e fortaleçamos a comunidade que existe em volta de nosso produto.
Estamos promovendo calendário de cursos online para qualquer profissional do setor, com valores irrisórios para nossos associados.
Ofereceremos atividades de formação, com frequência mensal, em temas vinculados à gestão de cervejarias e outros negócios, assim como qualidade e produção de cerveja.
A regulamentação da profissão do sommelier está avançando de maneira sólida a partir de um grupo de trabalho específico composto por profissionais destacados.
Ainda esse ano, devemos ver avanços concretos do ponto de vista jurídico.
A nova Diretoria foi eleita democraticamente, no maior processo eleitoral participativo da história da Abracerva.
Esta Diretoria assumiu a Associação após a renúncia de todo o Conselho anterior, sem que tenha ocorrido um processo comum de transição.
O primeiro grande desafio foi equalizar o fluxo de caixa, num momento de grande inadimplência causado principalmente pela crise pandêmica, que afeta diretamente nosso mercado.
As finanças já foram equilibradas e serão apresentadas em nossa primeira Assembléia Geral que ocorrerá no próximo mês, quando também apresentaremos os desdobramentos das ações assumidas antes das eleições.
Representamos ao todo 761 associados, sendo a metade deles cervejarias quando incluímos as marcas ciganas
*A entrevista foi dada pelo Coordenador-geral do Conselho da Abracerva, Marcelo Paixão ( Cervejaria Verace -MG) e pelo apoiador voluntário da associação, Diego Masiero ( Editora Krater).
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