De Berlim, muitas histórias e tantas cervejas

Dei uma sumida por aqui. Férias. Hora de pausa, de descanso, de fazer coisas diferentes. Viajar, por exemplo. Não a trabalho, como têm sido minhas últimas viagens, mas a passeio. Nenhuma obrigação de nada. Apenas curtir. Destino: Berlim – uma cidade de viva História. De beleza. De pessoas simpáticas. De comidas e cervejas deliciosas. Quando parti para a Alemanha não fiz plano algum, nem de visitar cervejaria, nem de ir a este ou aquele bar. Queria curtir a cidade que não conhecia, sem pressa, sem deveres a cumprir. Sabia que iria tomar boas cervejas, independentemente de quais seriam. E não me enganei, obviamente. Das muitas cervejas que tomei, algumas impressões merecem ser divididas. Não tenho intenção de fazer um guia, porque não trago nenhuma novidade, nem apresentarei nenhuma descoberta rara. É apenas um pequeno diário de viagem:

1.Mesmo as cervejas mais comuns, velhas conhecidas por aqui, em sua terra de origem são mais gostosas.

Já no avião, de Frankfurt para Berlim: Warsteiner. Simplesmente deliciosa, com seu gosto de pão e final  seco!Anúncios dela passam durante toda a programação disponibilizada pela Lufthansa. Em Berlim, qualquer quiosque ou bar vende cervejas Kindl ou Birburger. E, mesmo sendo comuns e feitas em grande escala, são muito gostosas. Têm aquele gosto de ” cerveja”, que habita o inconsciente coletivo. Uma das mais gostosas que tomei ( me chamou atenção por ser sazonal, utilizar especiarias e lúpulos americanos) foi a Störtebecker.

2. Cervejas Berliner Weisse não são moda por lá, como o são no Brasil

Incrivelmente na cidade que dá nome à cerveja, não é tão fácil encontrar variedades do estilo. É possível encontrar  apenas a mais comum delas: Berliner Kindl. Não fui a nenhum bar de cervejas artesanais, então digo isso com base somente nos lugares comuns. Provavelmente conseguiria tomar diferentes exemplares se tivesse ido a algum. Em um dos bares que pedi Berliner Weisse, o garçom não quis me servi-la sem adição de xarope! Me disse, fazendo careta, que era muito ruim in natura! Fui obrigada a escolher entre Green ou Red… a green é melhor, provei as duas.

3. Sim, as cervejas em Berlim são servidas quentes para o nosso padrão

Acostumados que somos com cervejas on tap estupidamente geladas, percebemos na hora que a temperatura de serviço na cidade alemã é bem mais alta. Para quem não gosta de sentir o gosto da cerveja, tomá-las assim pode ser um sacrifício.

4. Cervejas artesanais alemãs não são as mais criativas que já vi por aí

Tomei alguns poucos rótulos artesanais. Um deles a Crew Republic, que já é importada para o Brasil. Tomei também BRLO. São gostosinhas, mas não me cativaram tanto assim. O uso de lúpulos americanos, por exemplo, me intrigam: Pra que? 

5. Stone de Berlim é linda,mas a localização é bem fora de mão!

Foi uma aventura chegar à Stone. Esse foi o único compromisso que me impus ao ir para Berlim. Queria muito conhecer a cervejaria. E assim marquei de encontrar lá minha amiga, que estuda em Berlim, mestre-cervejeira Amanda Reitenbach. Fui de taxi, com meus companheiros de viagem. E nada de chegarmos ao destino! Fica em Marienpark 23, mas mesmo colocando no GPS o endereço disponibilizado no site da cervejaria, o motorista não encontrava. O GPS, depois o Waze, nos levavam para uma rua residencial, bem diferente. Até que depois de duas horas rodando a região, com pedidos de informações a moradores, taxistas e pedestres, conseguimos uma pista de onde ficava o local. Descobrimos que a rua onde foi construída a Stone é nova e não consta ainda no GPS! De toda forma, vale a pena ir. É linda, linda, linda. A carta de cervejas é sensacional. O cardápio traz comidas deliciosas. E lá, com toda certeza, dificilmente se encontrará fila para entrada. O galpão é enorme e comporta centenas de pessoas. Se for de trem, já aviso, prepare-se para andar, porque são 25 minutos da estação até lá. 

6. Os preços de cervejas na Europa revoltam qualquer brasileiro

Isso é inegável! Em qualquer supermercado encontrar muitos rótulos , que compramos no Brasil por 30, 50 reais, custando menos de 2 Euros é de matar!! O consolo é poder se esbaldar e tomar muitas por lá! Trazer na mala é um incômodo, pesam demais. Mas, com um valor assim, como resistir ?? 

7. Currywürst é um vício! E super cai bem com diferentes cervejas

Por onde passo, seja na Europa ou no interior de Minas, gosto de comer a comida regional. E assim fiz em Berlim. Provei Currywürst, o delicioso salsichão com catchup e curry acompanhado das mais crocantes e deliciosas batatas fritas do universo, em praticamente todos os lugares que visitei. O mais gostoso foi na rua mesmo! Numa barraquinha na East Side Galery, ao lado do que sobrou do muro. Só de pensar dá água na boca. Para fazer par com German Pils não tem igual!! 

Independentemente das cervejas, ir a Berlim é um sonho. A cidade, com sua imensa cicatriz contornando o pavimento das ruas que abrigaram o muro, é linda, respira História e modernidade ao mesmo tempo. Não há como não se encantar, nem ficar imune aos tantos monumentos, museus, bairros, restaurantes, parques, bares e lojas. Para quem gosta de comer, um destino maravilhoso. Para quem gosta de beber, digo o mesmo. Para quem só gosta de comprar, também é paraíso. E para quem, que como eu, gosta de tudo isso e mais um pouco, a vontade é de se deixar ficar por lá!

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