Um passeio cervejeiro dos melhores em Ribeirão Preto

Fazer tour cervejeiro é uma das grandes delícias da atualidade. E engana-se quem pensa que é preciso sair do país para desfrutá-la! Há circuitos cervejeiros muito bacanas  dentro do Brasil. Preço e pouca distância são vantagens inegáveis, mas poder dar apoio à cerveja local é ainda mais importante.

Em Minas Gerais, as cervejarias da Grande BH são um passeio imperdível, com rotas operadas pelo cervejólogo Rodrigo Lemos ( criador do Beer Tour/ editor do blog BeerArchitecture) ou por agências de turismo ( Ruy Lage é uma delas); Rio de Janeiro fechou há pouco tempo parceria com a CVC para operar o circuito de cervejarias dos Grandes Lagos; Santa Catarina tem vários roteiros, adotados pela Secretaria de Turismo do estado e oferecidos por diferentes agências de viagens.

Na semana passada tive a boa experiência de visitar cervejarias de Ribeirão Preto. A cidade do interior paulista é referência quando o assunto é cerveja. Quem não conhece a lenda das tubulações subterrâneas que levavam cerveja da fábrica diretamente ao bar Pinguim? Em Ribeirão estão instaladas cervejarias importantes para o movimento craft no Brasil, iniciado por lá pela Colorado, agora pertencente à Ambev, ainda em meados da década de 90.

Tanques batizados com nomes de bandas na Cervejaria SP330, a exemplo da Küd em Nova Lima

Pois lá estive para participar do juri do Primeiro Concurso IPA Day Brasil, que elegeu a melhor IPA do país. A festa já é tradição na cidade e agora, para somar, veio a competição. Na programação traçada pela organização do concurso estava a visita a algumas das cervejarias da cidade. A começar pela caçulinha SP 330, recém fundada pelo cervejeiro argentino Tio Limongi, que ofereceu o espaço da fábrica para que fosse realizado o julgamento das IPAs inscritas. O local fica na rodovia que dá nome à empresa e tem uma bela instalação. O pub de fábrica é uma boa opção para quem quer passar boas horas bebendo e comendo bem ( empanadas argentinas legítimas fazem parte do cardápio).

A segunda cervejaria que visitamos foi a Lund, a segunda mais antiga a se instalar na cidade após a Colorado. É uma fábrica modesta, transferida há pouco tempo para um novo galpão. A fabricação mensal fica na casa dos 40 mil litros. Não há pub ou bar de fábrica que permita ficar por lá bebendo. Mas sempre é interessante visitar diferentes plantas, para conhecer os processos de produção. Uma das coisas interessantes que vi por lá é a separação dos rótulos entre pasteurizados e não pasteurizados. Assim, cada cliente escolhe o que prefere, de acordo com sua possibilidade de armazenamento correto.

A nova planta da Colorado foi a terceira visita. E que planta! Para quem conheceu a fábrica original, na Rua Minas Gerais, é de ficar boquiaberto. As instalações são tão grandiosas quanto lindas. O que chama atenção logo de cara é a pintura do chão da fábrica, em verde e amarelo. As cores se refletem nos tanques, que parecem ser pintados com a bandeira do Brasil. E tudo isso por teimosia do fundador Marcelo Carneiro que, mesmo saindo do padrão das fábricas Ambev, bateu o pé e manteve a pintura. Na lojinha de fábrica é possível comprar não só as cervejas, como vários produtos com a marca. A degustação para os visitantes é feita em um espaço ao lado dos tanques, dentro da fábrica. 

Após a Colorado, fomos almoçar no bar da Cervejaria Nacional, que fica dentro do Shopping Santa Úrsula. Lá também são produzidas as cervejas servidas on tap no espaço. Outro local lindo, cheio de conceito e, o melhor, com música excelente tocando. No dia que o visitamos as caixas de som espalhavam blues pelo ambiente!! Já me ganhou pelo ouvido!

E para fechar, desta vez saindo da programação traçada, fui convidada pela colega, Sommelier de Cerveja, Bia Amorim a fazer parte do pequeno grupo convidado pela Cervejaria Pratinha para um jantar de apresentação. A fábrica é a menor que já fui. Produz em pequeninos tanques de 100 litros. É isso mesmo, não errei a conta não. O mesmo equipamento que o dono, José Virgílio, tinha em casa, foi instalado na casa que abriga a empresa. Parece uma fábrica de brinquedo. Mas é séria. Produz inúmeros rótulos, vendidos em uma lojinha instalada em frente à fábrica. No jantar pudemos degustar todos eles, rótulos cheios de atitude e conceito. Destaco a Culote de la Duchesse, uma Red Flanders muito boa!!!

O jantar foi um dos melhores que já fui, com pratos e música harmonizados com as cervejas. Sem dúvida um arremate perfeito para um passeio dos mais legais.

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