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A reação do mercado de cervejas artesanais após casos de contaminação

Garantir a segurança do consumo de cervejas artesanais é o foco agora das microcervejarias de todo o Brasil. O inédito caso Backer trouxe à luz um problema até então inexistente no segmento.

Enquanto aumenta o número de casos de intoxicação pela substância dietilenoglicol encontrada nas cervejas da marca Backer, o setor das artesanais se mobiliza para mostrar aos consumidores a improbabilidade de isso se repetir em outras cervejarias do país.

A primeira providência tomada pela Abracerva – Associação Brasileira de Cerveja Artesanal – foi solicitar à Anvisa e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ( MAPA) a proibição cautelar de Etileno Glicol, em geral, em fábricas de cerveja. A solicitação foi feita no dia 13 de janeiro de 2020.

Ao mesmo tempo a Abracerva emitiu nota técnica às suas cervejarias associadas com recomendações importantes para evitar contaminações indiretas nas cervejas.

Cinco dias depois das primeiras medidas, a Abracerva fez um levantamento, via questionário, entre as cervejarias associadas, sobre os processos de resfriamento em suas fábricas. 200 cervejarias responderam e nesse universo constatou-se que 87,4% utilizam álcool na fabricação, 6% propilenoglicol (que não é tóxico ao ser humano) e 5,1% outros métodos.

Das 5,1% que responderam utilizar outros métodos, apenas 1,5% utilizavam etileno glicol. A Abracerva recomendou a substituição imediata da substância tóxica por outros componentes atóxicos, como o etanol, por exemplo. A principal preocupação é garantir a segurança do consumo de cervejas artesanais

De acordo com o presidente da Abracerva, Carlo Lapolli, o principal recado ao consumidor é que ele pode consumir os produtos de outras cervejarias artesanais, sem problemas – ” “Como viemos reforçando: o caso é inédito neste mercado. Estamos à disposição, assim como as indústrias, para mostrar o processo e para que o consumidor veja que o negócio da cerveja artesanal é sério, profissional e passa por acompanhamento constante dos órgãos de fiscalização. O que aconteceu em Minas Gerais é uma exceção absoluta e não pode prejudicar um setor ascendente e impactante como o nosso”, garante Lapolli.

Em Minas Gerais, o Sindicato da Indústria de Bebidas – Sindibebidas – enviou um termo de compromisso a todas as cervejarias mineiras, para que assinassem a garantia de não utilização de etileno glicol em suas fábricas. 75 cervejarias assinaram o termo, como se pode comprovar na nota oficial emitida pelo sindicato:

Confira a lista das cervejarias mineiras que não utilizam etileno glicol em suas fábricas

Diante de todas as incertezas trazidas por esse caso, enquanto as investigações não são concluídas, o mercado cervejeiro artesanal tenta reunir forças para comprovar a segurança de seus produtos e entender o que teria acontecido na fábrica da Backer, em Belo Horizonte. Só conhecendo todos os fatores que levaram à contaminação das cervejas da marca o setor poderá se precaver e impedir acidentes como esse.

Obs: Após a publicação deste post a Cervejaria Capa Preta informou que não assinou a lista do Sindibebidas MG, mas esclarece aos seus consumidores que jamais utilizou etileno glicol em seus processos de fábrica.

( post editado às 18h28 de 21/01/2020)

Fabiana Arreguy

Ver Comentários

  • O caso fatídico não teria ocorrido, se o processo de pós produção e pré distribuição, fosse acompanhado com um rigoroso - CONTROLE DE QUALIDADE - Isso mostra o descompromisso com o consumidor, não houve controle de qualidade nenhum. Simplesmente fabricam e põem no comércio, para o próprio consumidor fazer o teste "FATAL" de qualidade....

    • Concordo, pelo que foi apresentado pelas autoridades simplesmente engarrafava e ia para comércio. O argumento de controle de qualidade é feito cai por terra quando há contaminação quimica estranha ao processo.

  • Muito complexo tal fato, porém acredito sinceramente na seriedade das cervejas artesanais e em seu processo de fabricação. Não irei mudar os hábitos de consumo, mas a desinformação e sensacionalismo devem ser evitados e os casos explicados de forma a esclarecer o que realmente ocorreu!

  • Aguardamos pelos esclarecimentos destes casos que lamentavelmente vem fazendo vítimas, e continuo a tomar minha cerveja artesanal mas com desconfiança.

  • Considerando que sabotagem pode acontecer em qualquer lugar e sem querer desrespeitar o sofrimento das vítimas, parentes e amigos, o que está posto é um certo exagero. Mas, assim como as melhores hortaliças são aquelas cultivadas em casa, a melhor cerveja vai ser a que você faz. Um hobby muito interessante e prazeroso.

    • A Abracerva não divulgou os nomes. Mas se houve o pedido cautelar para que a.substancia seja proibida, nenhuma poderá usar a partir de agora.

    • O questionário foi aplicado com sigilo, justamente para que as cervejarias não omitam a informação. 3 cervejarias que adotam o Etilenoglicol se manifestaram num universo de 202. Em um campo para observações, estas informaram que já estão substituindo o produto por um anticongelante de grau alimentício.

  • Uma providência simples, seria colocar um corante vermelho, que alertaria em caso de contaminação.
    Isso já é feito com o gás de cozinha, que originalmente, não tem cheiro.

    • Fui uma das recomendações da Abracerva. Facilita a inspeção visual, tanto em eventual vazamento na fábrica, como é de fácil detecção a alteração de cor do produto.

  • Eu sempre tomei Brahma e Skol. Depois dessa vacilada q essa cervejaria artesanal deu, vou continuar a tomar só Brahma e Skol...

    • Paulo, com todo respeito...o que aconteceu na Backer acontece a todo instante em diversas indústrias, especialmente do setor alimentício. Cervajarias da AmBev tb estão sujeitas a episódios como este e vc não saberá até que o problema apareça. Reflita sobre isso. Tivemos lotes de Toddynho, Ades, Coca-Cola, Parmalat recolhidos das prateleiras dos mercados por conta de contaminação. Condenar todo um segmento por conta de um episódio inédito ocorrido em um fábrica me parece bastante injusto e incoerente.

      • Então Mister Pedro... Será q essa cervejaria artesanal faz controle de qualidade? Será q testam os produtos antes d sair da fábrica? Acho q não! Pois se se fizessem os testes de qualidade isso não teria acontecido. Essas empresas só querem lucro, não se preocupam com os consumidores. Independente se foi um erro ou incidente, tem que ser fechado e lacrado, pois houve vítimas. Acho que sua opinião e ponto d vista mudaria se tivesse acontecido com você ou alguém da sua família...

      • Cadê os processos??? Só aparece processo trabalhista. Tem que ser muito otário pra afirmar algo que nunca viu.

      • Cadê os processos??? Só aparece processo trabalhista. Tem que ser muito otário pra afirmar algo que nunca viu.

  • Gostaria de saber se houve algum lote examinado que não estava contaminado.
    Tenho cerveja Capitão Senra em casa com vencimento agora em fevereiro. Ela já foi produzida já faz tempo. Preciso descartar?

    • Valeria, as cervejas têm validade de 12 meses , logo as suas cervejas foram fabricadas em fevereiro de 2019. Os lotes condenados são mais recentes, com fabricação a partir de agosto. Mas como nenhuma das investigações foi concluída até agora, aguarde mais um pouquinho para consumir ou descartar.

  • Cerveja Artesanal é uma piada, e o bobalhão do povão compra a idéia. Saiu de casa e começou a fabricar é um processo industrial. A diferença é apenas de escala, quer chamar de premium, especial, beleza mas se for para chamar essa cerveja de artesanal então podemos chamar o mate couro de refrigerante artesanal. Tem um povo que acredita em cada asneira.

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