A agritech Silver Hops, implantada na Fazenda Pratinha, em Ribeirão Preto, fechou parceria com a Fazenda Santa Catarina, que faz parte do centro de inovações da Ambev.
O objetivo é ampliar a produção de lúpulo genuinamente brasileiro e criar insights em pesquisa e desenvolvimento.
Agritech Silver Hops está localizada na Fazenda Pratinha, na região de Ribeirão Preto no interior de São Paulo.
A área tem cerca de 1,5 hectare destinado ao cultivo de 9 variedades de lúpulo em caráter experimental e mais 3,5 hectares reservados para uma expansão futura.
Por lá, estão sendo feitos testes diversos com adaptações ao solo, clima e condições naturais do local.
A Silver Hops nasceu para implementar soluções de alta tecnologia no cultivo de lúpulo e colaborar para o desenvolvimento da produção interna do insumo.
O trabalho feito por lá atraiu a atenção do projeto Santa Catarina, que já possui uma fazenda experimental em Lages – SC, e estimula a agricultura familiar e gerando opção de renda para pequenos produtores.
A expectativa é que, com a união destas duas frentes, sejam criadas novas possibilidades para o lúpulo nacional em outros estados.
Em 2020, quase 100% do lúpulo utilizado pelas cervejarias brasileiras foram importados, seguindo a oferta de mercado para grandes fábricas e artesanais.
Hoje, o projeto Fazenda Santa Catarina vê uma possibilidade de transformar este cenário.
Segundo Felipe Sommer, consultor de projetos especiais da Ambev, a empresa não tem a pretensão de trazer autossuficiência em lúpulo neste momento.
” Nosso objetivo é mostrar que é possível o o cultivo com qualidade, tecnologia de ponta e responsabilidade social junto às famílias produtoras”, explica Sommer
“Nosso papel será complementar o trabalho que já está sendo feito com a agricultura familiar através do olhar da pesquisa e da inovação. “, complementa José Virgílio Braghetto Neto, responsável pela Silver Hops
Segundo Sommer, o projeto deverá seguir um calendário de ações.
O primeiro desafio será regulamentar a produção de lúpulo no Brasil como um todo.
O foco é desenvolver a primeira fábrica de lúpulo brasileira com apoio da Fazenda Pratinha, produtores e universidades.
“Teremos um caminho parecido com o que a uva percorreu, a soja irrompeu há mais de 30 anos. apesar de o alcance da produção nacional de lúpulo ainda ser pequeno, existe um potencial enorme. ” afirma Sommer
Em agosto de 2021, um passo foi dado à verticalização da cadeia cervejeira.
A Lohn Bier lançou a primeira cerveja totalmente brasileira, a Toda Nossa, uma “brazilian pale ale”, com lúpulo, cevada e leveduras 100% nacionais, especificamente, de Santa Catarina.
A cevada foi plantada no oeste e malteada em Blumenau.
O lúpulo veio dos produtores da serra e a levedura foi isolada por pesquisadores parceiros (Yeast Hunters) a partir de uma planta nativa do litoral.
Além da Toda Nossa, a Lohn Bier produz regularmente a Green Belly, a primeira cerveja em escala industrial produzida com lúpulos nacionais.
A Colorado também utilizou o lúpulo brasileiro em sua recente Hop Lager da Linha Brasil com S, que também leva tapioca.
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